A história do Women Can Code se confunde com a da Prosper Tech Talents, pois ele foi o nosso primeiro programa de formação, ainda enquanto unidade de negócio da Share People Hub, e foi fundamental para desenvolvermos nosso modelo de education recruiting.
Foi no início de 2019, quando em colaboração com seis empresas clientes, desenhamos a primeira versão de um programa de formação para inclusão de mulheres no mercado de tecnologia. O propósito era claro, contribuir para a correção do cenário de desigualdade de oportunidades e para a ressignificação da relação das mulheres com o setor.
De lá pra cá foram mais de 20 turmas concluídas, com centenas de pessoas do gênero feminino formadas gratuitamente de acordo com as necessidades das empresas patrocinadoras e dezenas de contratações viabilizadas diretamente pelo programa.
Nosso contínuo acompanhamento permite atestar um significativo impacto indireto da iniciativa, envolvendo as pessoas formadas que continuam estudando e progredindo de carreira. Outros fatores relevantes são o aumento de renda das pessoas contratadas diretamente (em média 100%) e o turnover das pessoas contratadas pelo WCC, que assim como outros programas de formação, é muito inferior à média do mercado.
Depois de muitas turmas formadas com foco no público entry level, fomos desafiados pelas empresas clientes a adaptar a metodologia para aceleração de mulheres que já atuavam no mercado de tecnologia, contribuindo para estas pudessem concorrer à posições de senioridade mais avançadas, inclusive em papéis de liderança.
Além de encontrarmos resultados positivos com esta versão 2.0 do Women Can Code, entendemos que ela é crucial para complementar as iniciativas afirmativas que geralmente estão concentradas em pessoas de nível júnior e garantir a ampliação da diversidade de gênero também no topo das estruturas de tecnologia das empresas brasileiras.
Os dados publicados em 2022 pela Generation mostram que, apesar da ampliação dos esforços das organizações nos últimos anos, o avanço ainda é lento e apenas 28% da força de trabalho em tecnologia é representada por mulheres, enquanto em posições de liderança, a participação feminina cai para 5%.
Outro elemento importante envolvendo este tema é a difusão da profunda relação entre mulheres e tecnologia. Ada Lovelace, Grace Hopper e Irmã Mary Kenneth Keller são alguns dos inúmeros exemplos de pessoas do gênero feminino que tiveram papel decisivo em descobertas e inovações tecnológicas ao longo da história, o que contrapõe o paradigma recente de que este setor é dominado por homens.
No Brasil também não faltam exemplos de lideranças femininas que merecem reconhecimento e visibilidade, inclusive para garantir representatividade e inspirar outras mulheres. Camila Achutti, Angel Vasconcelos, Cynthia Zanoni, Lisiane Lemos e Silvia Coelho, são apenas alguns exemplos que mostram o potencial das mulheres neste setor.
O que precisamos é de um compromisso cada vez maior das empresas com esta causa, resultando na ampliação do financiamento de iniciativas que se proponham a mudar este cenário e garantir do que jovens do gênero feminino sonhem em se tornarem grandes CTOs e empreendedoras tech e que tenham oportunidades reais para conquistar estes objetivos.
A Prosper Tech Talents continuará levantando esta bandeira e colaborando com o ecossistema para transformarmos esta realidade! Afinal, o lugar da mulher é onde ela quiser, inclusive na tecnologia!
Escrito por: Luiz Drouet – Founder da Prosper Tech Talents