Reskilling para a transformação digital humanizada

Quantas vezes já ouvimos sobre as projeções do Fórum Econômico Mundial e os milhões de postos de trabalho que correm o risco de deixar de existir ao longo dos próximos anos por conta do avanço da inteligência artificial e outras inovações tecnológicas?

Estas projeções sempre trazem o contraponto sobre os milhões de postos de trabalho que serão criados a partir do crescimento da própria tecnologia. O desafio projetado está no fato de que as habilidades exigidas para essas novas atividades serem diferentes e especialmente mais complexas do que as profissões que estão desaparecendo.

A pergunta que fica é: estamos nos mobilizando, enquanto líderes e sociedade, na velocidade que precisamos para garantir que essa transformação digital seja humanizada e gere apenas benefícios para a atual população e gerações que virão?

Em um país com milhões de pessoas desempregadas e centenas de milhares de vagas de trabalho que não são preenchidas por falta de qualificação, com as projeções mencionadas acima, o cenário de desigualdade tende a se agravar severamente. 

É, portanto, urgente a agenda pela inclusão produtiva!

Enquanto o setor público continua apresentando dificuldade em lidar com questões sociais do século passado como analfabetismo e saneamento básico, acredito que a solução precisa vir cada vez mais das organizações que, além de buscarem soluções para suas necessidades de capital humano, cada vez mais atuarão de forma consciente na busca de soluções para os problemas comunitários.

A melhor forma de integrar as práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão e de ESG é por meio de iniciativas que revisem os processos essenciais envolvendo pessoas, como recrutamento & seleção e treinamento & desenvolvimento, por exemplo. 

Como você já deve ter acompanhado em outras publicações que tenho feito nos últimos tempos, acredito muito no poder de transformação de programas de formação para corrigir o histórico cenário de desigualdade de oportunidades do nosso país. 

Tenho um orgulho imenso em compartilhar que, além dos programas de formação para contratação que utilizam a metodologia de education recruiting (ou eduployment), recentemente também passamos a apoiar organizações em projetos que oferecem a oportunidade para pessoas com histórico de atuação em funções operacionais (e em risco de extinção) para requalificação de habilidades e competências para profissões com grande demanda atual de trabalho e com projeções crescentes de demanda.

Um exemplo concreto é de uma empresa do setor de mobilidade, que ao invés de desenhar um programa de formação para atrair de contratar pessoas do mercado, preferiu direcionar a oportunidade para pessoas que já atuam na empresa em funções de menor remuneração e empregabilidade para que pudessem depois fazer a transição de carreira para as áreas de desenvolvimento de software e produto. Um dos riscos ponderados é que esses profissionais poderão sofrer um assédio superior do mercado após essa jornada de requalificação. Felizmente a liderança da organização ponderou que esse é um fator menos importante que o impacto positivo para a empresa e para as pessoas envolvidas.

Escrito por: Luiz Eduardo Drouet, founder da Prosper Tech Talents, startup de impacto focada em escalar o desenvolvimento de habilidades para o futuro do trabalho, chairperson da Share People Hub, hub de soluções em recursos humanos e presidente da ABRH-SP, principal comunidade de profissionais de RH do país.

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