Além da discussão sobre o avanço e impacto da IA Generativa, a participação no South by Southwest em março deste ano me trouxe um insight muito claro. Saí de Austin convencido de que o modelo de gestão por habilidades é a grande resposta que as organizações podem dar para os desafios oriundos das transformações no mundo do trabalho.
Ao longo dos meses seguintes me aprofundei com a leitura de papers e estudos da McKinsey, Gartner e publicações de outras instituições que vêm apontando as significativas vantagens de uma gestão orientada por habilidades, quando comparada com modelos tradicionais que focam nas credenciais educacionais e nas experiências dos profissionais.
A participação no roadshow Focus da Degreed no Brasil também me proporcionou uma visão atualizada sobre o tema. O David Blake, fundador da empresa, veio para o país para compartilhar as suas últimas descobertas neste evento em setembro. Além de reforçar os benefícios, Blake foi categórico ao afirmar que as organizações que não priorizarem esta agenda terão significativas dificuldades para competir e até sobreviver no mercado.
Recentemente duas publicações nacionais relevantes destacaram esta temática. A Gabriela Paranhos, COO da Generation para América Latina, escreveu o artigo “Precisamos mudar a forma de contratar profissionais de tecnologia” para a Época Negócios e o Bruno Leonardo, vice-presidente de Corporate Education da Exame, publicou em seu portal o texto “Skills-first: o futuro do trabalho está focado em priorizar as habilidades”.
Na última edição do podcast Growthaholics, conversei com o Pedro Waengertner e a Lara Leite, respectivamente CEO e head de recursos humanos da ACE, sobre perspectivas e tendências em gestão de pessoas para 2024 e, naturalmente, o tema Skills-based também foi um dos destaques entre os assuntos que merecem atenção para o próximo ano.
Como toda tendência do universo corporativo, precisamos tomar cuidado com as aplicações superficiais do modelo skills-based. Com frequência, as empresas interpretam estas buzzwords como simples modismos e acabam se frustrando ao encontrar resultados diferentes das expectativas geradas pelos cases de mercado.
É fundamental, portanto, compreender que o modelo de gestão por habilidades exige uma profunda revisão da forma como entendemos e lidamos com talentos. Esta transformação, naturalmente, tem mais uma característica de jornada do que a simples implementação de um projeto de 30 dias.
No meu próximo artigo, compartilharei um framework que pode ajudar as organizações, tanto na etapa de diagnóstico, como no processo de evolução.
A Prosper Tech Talents acredita que esta tendência pode ser decisiva para garantir um futuro do trabalho mais diverso e inclusivo e, por isso, ela tem gerado muitos conteúdos sobre o tema. Se você também acredita na importância desta pauta e quer se atualizar sobre o que vem sendo discutido sobre o assunto, não deixe de acompanhar as nossas redes sociais.
Escrito por: Luiz Eduardo Drouet, founder da Prosper Tech Talents, startup de impacto focada em escalar o desenvolvimento de habilidades para o futuro do trabalho, chairperson da Share People Hub, hub de soluções em recursos humanos e presidente da ABRH-SP, principal comunidade de profissionais de RH do país.