Investir no desenvolvimento contínuo das habilidades é vital para garantir que o computador do mercado de trabalho não trave.
Você sabia que 8 em cada 10 gestores, quando vão contratar, não encontram profissionais com as habilidades desejadas?
Pense no mercado de trabalho como um grande computador, onde cada componente — processador, memória, placa-mãe, disco rígido — representa uma habilidade específica. Para que o computador funcione perfeitamente, todos os componentes precisam estar presentes e corretamente instalados. No entanto, atualmente, muitos desses componentes estão faltando ou não são compatíveis.
Esse desencontro entre as competências necessárias e a disponibilidade de profissionais qualificados é o que chamamos de gap de habilidades. No Brasil, segundo a pesquisa da ManpowerGroup, 81% das empresas enfrentam dificuldades para encontrar os “componentes” certos. Isso significa que, a cada 10 empresas, 8 não conseguem preencher suas vagas com profissionais que possuam todas as habilidades procuradas.
No setor de tecnologia, essa lacuna é ainda mais evidente. Apesar do crescimento extraordinário do setor e do volume significativo de contratações, a escassez de mão de obra qualificada persiste. A pandemia e os layoffs recentes criaram uma falsa sensação de que o problema foi resolvido. No entanto, preencher uma vaga tech continua sendo como tentar montar um computador sem todas as peças essenciais.
As linguagens, stacks e ferramentas em tecnologia evoluem rapidamente, e o número de profissionais formados não acompanha essa velocidade. De acordo com a McKinsey, até 2030, mais de 375 milhões de trabalhadores precisarão ajustar seus “componentes” devido à automação e outras disrupções tecnológicas.
O relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial prevê que, até 2025, cerca de 50% das tarefas realizadas por humanos serão automatizadas, aumentando ainda mais a demanda por esses componentes específicos.
Para que nosso “computador” do mercado de trabalho funcione eficientemente, é crucial que as empresas de tecnologia em estágio avançado de transformação digital liderem iniciativas de upskilling e reskilling. A inovação depende de termos os componentes certos nos lugares certos, e isso só será possível com diversidade e inclusão. Investir no desenvolvimento contínuo das habilidades é vital para garantir que o computador do mercado de trabalho não trave.
É essencial refletirmos sobre como estamos preparando nosso computador para o futuro. Devemos pensar em como nossas ações de hoje podem construir um mercado de trabalho mais justo, inclusivo e tecnicamente preparado para os desafios de amanhã.
Vamos juntos ajustar nossos talentos e construir um futuro mais inclusivo e inovador.